Largamente produzido no Brasil e muito bem adaptado, o café é, na verdade, africano.
Surgiu na Etiópia, uma região com florestas de árvores que perdem as folhas em
determinada época do ano. Quando isso acontece, a luz do sol penetra a floresta e o pé de
café, que estava na sombra, é banhado de luz e floresce, perfumando tudo à sua volta.
Enquanto é polinizado e seus frutinhos se desenvolvem, as novas folhas das grandes
árvores brotam e o fruto se desenvolve no frescor da sombra.
O relato mais conhecido sobre a sua descoberta diz que por volta do século IX um pastor
etíope, chamado Kaldi percebeu que algumas de suas cabras ficavam mais espertas e
alegres depois de comerem os grãos de café. Kaldi então os mostrou aos monges, que
depois de experimentar e perceber o sabor, o cheiro e as propriedades estimulantes o
incorporaram à dieta. Impressionante como a observação – um dos maiores aprendizados
que TiNis nos estimula a desenvolver – da relação das cabras com o café gerou um hábito
presente hoje em todo o globo. Por aqui o plantio se iniciou no Pará, Maranhão e Bahia. Em
seguida, plantações se espalharam pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro. No período
conhecido como ciclo do café, entre 1800 e 1930, o grão tornou-se a principal atividade
econômica do país. Junto com ela, veio a intensa destruição da Mata Atlântica. Nessa época,
faltou uma observação básica: o café gosta de sombra e não teria sido necessário tanta
devastação. O café vem nos ensinar a cooperação que existe entre as plantas e entre as
diversas formas de vida, da qual somos parte.